Hoje é um dia muito feliz para mim! Comemoração de 2 meses de namoro com uma pessoa muito especial. Namorar é muito bom, confesso que sou uma namoradeira nata. Sou totalmente a favor do amor livre. Falo isso porque a minha geração anda muito difícil quando se trata de relacionamento. As pessoas têm um medo patético de se envolver a ponto de deixarem de viver experiências muitas vezes válidas e gostosas só por uma defesa boba que adotaram como regra.
Pensa bem: nos anos 70, áureos tempos dos nossos pais, os jovens eram hippies, o que passava longe de vagabundagem. Eles eram politizados, engajados e pregavam a paz e o amor. As drogas não eram tão pesadas e serviam apenas como um artifício de relaxamento e diversão, mas sem vícios, compulsão. Eles só queriam amar e ser amados. A geração Coca-Cola era versátil, livre de preconceitos, ouvia diferentes tipos de música, desde Bob Dylan, Pink Floyd e John Lennon a Chico Buarque e Raul Seixas. Fazia o consumo ingênuo de maconha, vestia batas e saias longas numa vida simples, sem luxo, embalada pelas ondas da praia de ipanema. Não tinham vergonha de dançar coladinhos ao som doce e romântico de Barry White e curtiam filmes como Grease e Os Embalos de Sábado à Noite.
Porque eles se defenderiam de alguma coisa? Pelo contrário! Lutavam pelos resquícios do autoritarismo da ditadura militar. Queriam inovar e quebrar paradigmas. Admiravam a arte pop de Andy Wharol e aplaudiam mulheres cheias de personalidade como Rita Lee e Janis Joplin. Não tinham medo do novo.
A minha geração viu poucas coisas realmente inovadoras, foi mais uma repetição do que um dia já foi inventivo e original. Não criamos, apenas fazemos mais do mesmo. Poucos são os que lêem livros e jornais. Ouvimos funk, pagode e eletrônico. Não entendemos de política e fazemos pífias passeatas contra a corrupção. Não falamos sobre sentimentos, na verdade quase os desconhecemos. Não nos envolvemos, não amamos, não namoramos. Aliás, fomos nós que inventamos o famoso "ficar". E assim ficamos, parados no tempo, sem amor, com medos e inertes na defesa dos desejos.
Casal anos 70! |