Eu votei no Marcelo Freixo para deputado estadual. O cara nada mais é do que o líder na luta contra as milícias no Rio. Isso era o suficiente para manter meu voto em toda sua carreira política. Porém, eis que hoje eu ouço na CBN a notícia de que ele está indo para a Europa se "refugiar" das constantes ameaças de morte que tem recebido por conta da CPI que presidencia contra tal máfia.
Por enquanto, isso não interfere no meu voto, até porque deve ser muito desagradável conviver com o medo de ser assassinado a qualquer momento, sem falar na exposição que a família toda acaba sofrendo. É realmente muito complicado. Mas daí a largar o trabalho na Alerj para passar um mês na Europa com a desculpa de refúgio? A questão central é: em apenas um mês ele vai conseguir se ver livre de tais ameaças? Vai conseguir de fato resolver a fragilidade da sua segurança? É lógico que não. Em um mês nada se resolve, principalmente um caso tão grave como esse.
Lembre-se que daqui a menos de um ano, ele vai se candidatar à prefeitura do Rio. O "refúgio" à Europa não deixa de ser um excelente holofote para sua disputa política do ano que vem. Um homem que tem a coragem de travar uma luta contra uma máfia tão poderosa em benefício de toda a população do Rio e que por conta disso teve que fugir para outro país (convenhamos que ninguém mais vai se lembrar que foi só por um mês) sob risco de vida. A imagem que fica é: Marcelo Freixo, o político do bem na luta contra o mal.
Não estou colocando em dúvida o trabalho e nem o caráter dele, mas é tão óbvio que essa viagem é puramente estratégica e marketeira, que chego a me questionar se ele realmente precisa utilizar esse tipo de pretexto para conseguir se eleger. Das duas uma: ou a ânsia de aparecer é muito grande ou seu trabalho não tem toda essa sustentação que parece ter e por isso, precisa se calçar nesses subterfúgios.
Eu sei, você também sabe, todos sabemos que ninguém consegue em um único mês total reforço de segurança e mais a prisão dos ameaçadores. Está aí o caso da juíza Patrícia Acioli para exemplificar. Não sejamos tolos, o tal "refúgio" é pura estratégia de marketing.