Uma vez ouvi da boca de Deborah Secco essa ilustre frase, parei pra pensar e não é que fez todo o sentido? Só as pessoas felizes sabem o prazer de devorar uma caixa de Bis, chutar o balde no Outback ou beber litros e litros de chopp sem a famosa culpa da barriga. Saber degustar cada segundo desses momentos incríveis é para poucos porque é uma difícil escolha, aliás é um dilema bem atual na minha vida.
Vamos combinar que começo de namoro é um grande motivador para o aumento de obesos em potencial no mundo. E para o fracasso do meu projeto verão, é exatamente nesse momento em que me encontro. Jantar dia sim e dia não, cafés-da-manhã românticos e engordativos no Talho Capixaba, DVD com pizza e por aí vai... E por falar nessa oitava maravilha do mundo - a pizza -, dois meses de namoro foram suficientes para despertar meu desejo incontrolável por essa bomba de gordura.
Desde que conheci meu namorado, toda terça-feira à noite, quando chego cansada e esfomeada do trabalho, enfrento a infeliz coincidência de ter que subir no elevador junto com o entregador da Domino's. Para os magrinhos de plantão que não sabem ainda, terça-feira é o maldito dia da pizza dupla. E mesmo quando eu consigo a sorte de não encontrá-lo, a Lei de Murph não me alivia porque ao abrir a porta do elevador já sei de cara que o entregador já passou por ali. A pizza é capaz de impregnar todo o elevador pelo resto do dia com aquele cheiro profundamente envolvente, hipnotizante e até ensurdecedor (todos os sentidos são invariavelmente afetados) e mesmo sem a presença física do motoqueiro do mal, você fica à mercê da Domino's, totalmente entregue e refém. Impossível chegar em casa e não sair correndo atrás do telefone para fazer o pedido e matar de vez esse desejo dos infernos.
Pois bem, é assim que a Fernandinha aqui está virando Fernandona. Não faço mais dieta, me afogo em guloseimas como se não houvesse amanhã, não nego mais nenhum biscoito oferecido estrategicamente no meio da tarde no trabalho, aproveito até o fim todos os jantares com o namorado e no fim das contas, não sou mais magra. Mas garanto que estou muito feliz.
Ela definitivamente não é feliz |