A gente se entende, se completa, se agarra, se beija, briga, se desculpa, dorme de conchinha, brinca, se abraça, divide guloseimas, sente saudade, se ouve, se ajuda, compartilha tristezas, se implica, se irrita, se cansa, se faz carinho, se admira, se ama. Não, não estou falando do namorado, nem da melhor amiga, muito menos de família. O principal personagem da minha vida é meu filho, meu cachorro, é o Rambo.
Nunca entendi muito bem esse amor que as pessoas cultivam por um animal de estimação, até que conheci o Rambo. Não é um simples amor, é incondicional. É mãe e filho mesmo, na teoria e na prática.
O nome que de cara parece se tratar de um bichinho assustador, é apenas uma brincadeira mas que define perfeitamente a mistura de tamanha doçura com o gênio travesso, espivitado, a autenticidade, a personalidade.
O latido é grosso, grave a alto e o carinho é profundo, intenso, verdadeiro. O olhar diz tudo. Quanta expressão tem esse cachorrinho... Dizem que parece gente. Eu já acho que ele se esforça para nos imitar só para se sentir igual e não apenas um simples cão. Sim, eu sei que ele é um animal, mas o amor que ele sente é muito maior e sincero do que de muita gente por aí.
Se o mundo fosse só de cachorros, a luta de John Lennon e sua mulher Kyoko pela paz e o amor não teria mais porquê. Perderia toda sua importância porque a vida seria genuinamente pacífica e acima de tudo, muito divertida.
Se você tem um companheiro como esse, sem dúvida entende bem o que estou falando. E para os que acham que cachorro deve ser tratado como tal, me desculpe mas você não sabe o que está perdendo. É a maior experiência de troca e entrega repleta do mais puro amor. Como diria John Lennon, "all you need is love".
Essa é uma homenagem não só ao meu Rambo, como a vários outros bichinhos que nos amam sem limite, sem parâmetro, sem preço, sem preconceitos. Apenas com você e para sempre.