quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Qual cor de calcinha eu vou usar?

Que pergunta mais desaforada! Além de ser totalmente invasiva e as pessoas não se tocam disso, acho uma auto-tortura essa história de ter que decidir que cor de calcinha vai usar na virada do ano.

Só porque estou namorando significa que não quero mais paixão? Sim, eu quero muito mais, baby! É vermelha a cor que eu quero usar! Mas e o amor? Um dia a paixão acaba ou pelo menos diminui, todo mundo sabe disso. Mas o amor não. É pra sempre. Ok, então vou de rosa. Huuummm mas to precisando tanto de dinheiro... Calcinha amarela então e não se fala mais nisso! Poxa, mas de que adianta ter rios de dinheiro, amor e paixão caliente se a saúde está deixando a desejar? Taí, adoro azul e vai me trazer toda a disposição para encarar 2012 em ótima forma. Olhaaammmm, vou ficar gostosona!

Está decidido! Nada de dilemas nesse fim de ano. Que avanço! Pois é... Ainda tenho esperança de me manter sem dilemas no próximo ano todo também. Ser mais decidida, ter autoconfiança, acreditar que pode dar certo, enfim ter esperança. Mas calma aí! Esperança? Meu Deus, preciso garantir que eu tenha esperança, ânimo, vontade de acreditar nas minhas metas. Mas aí a cor da calcinha tem que ser verde. Isso muda tudo.

Sabe do que mais? Eu vou usar logo uma calcinha preta e boto um fim de vez nesse último dilema do ano. Totalmente revoltada com a minha incompetência em decidir a porra da cor da calcinha. Se bem que ouvi falar que preto significa mudanças radicais. Ai meu Jesus Cristinho, não sei se quero ter mudanças tão radicais assim. Será que não vale então um cinza escuro, quase preto, tipo só pequenas mudancinhas e pronto? Huuumm não sei se vale à pena arriscar.

Mas também que coisa mais chata essa história de ter que escolher uma única cor! Queria um arcoíris logo, mas não sou gay heim. Na verdade, não quero mais pensar nesse estresse! Não quero compartilhar essa tortura íntima! Quero ter um bom ano e ponto. Com calcinha ou sem calcinha, de vermelho ou de bege, o que for pra ser em 2012, será. Adeus às superstições e adeus aos dilemas de 2011. Que o próximo ano seja bem colorido para todos nós!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um adeus à Estação do Corpo

Soube outro dia que a melhor academia do Rio vai fechar as portas. Parece fútil falar desse assunto, mas tantas coisas aconteceram naquele lugar, que não posso deixar meu adeus passar em branco.

Aos 14 anos de idade, uma pirralha metida à besta, entrei pela primeira vez naquele enorme salão espelhado e me espantei com o novo mundo que me aguardava. As bicicletas tinham TVs acopladas (isso era o máximo para a época), as salas eram enormes e coloridas, os mais variados e modernos tipos de aparelhos se mesclavam entre pessoas bonitas e muito bem vestidas. Parecia que eu estava num mix de glamour hollywoodiano envaidecido com a brisa do Rio. Me encantei.

Minha mãe decidiu no mesmo instante: nossa família será sócia desse paraíso. A matrícula na época era uma baba, mas todas as instalações brilhavam de tão novas. As priscinas com restaurante lembravam um clube e a ideia de fazer uma academia aberta, com ar livre à vontade para relaxar depois da corrida e tomar um suco fresco lendo Jornal do Brasil, que se espalhava pelos cantos como cortesia da casa, era simplesmente genial! Ainda por cima, em plena Lagoa Rodrigo de Freitas.

Minha mãe aproveitava ao máximo, fazia todas as aulas. Fez novas amigas, ganhou clientes, conquistou um corpinho invejável e arrancou olhares admirados por onde passava. Quanto a mim, naquela época só pensava em estudar. O Colégio Santo Agostinho me proporcionou algumas tantas horas de malhação porque o clima na Estação era tão gostoso que não tinha nada melhor do que acelerar no transport ou na bicicleta fazendo equações de álgebra.

Gisella Amaral com toda sua simpatia contagiava sorrisos pela academia. Os funcionários pareciam amar o que faziam e te recebiam com tanto carinho que era difícil não se sentir confortável e sempre bem vindo. Os professores eram os melhores do Rio. As mulheres que malharam lá nunca se esquecerão das aulas de suar a alma do professor Beto.

Na inauguração da Estação do Corpo, borbulhava ali o início da reviravolta do até então decadente Rio de Janeiro. Era um primeiro sinal de que alguém queria apostar alto na cidade maravilhosa. Ricardo Amaral enxergou longe! Hoje o Rio é uma das cidades mais cobiçadas do mundo. Tão desejada que teremos que ceder o espaço da Estação do Corpo para que as pessoas possam degustar ainda mais as maravilhas da Lagoa.

Por mais triste que seja o fim de um espaço com tanto sucesso e histórias, ninguém mais quer ver um muro escondendo uma parte de um dos cartões postais da cidade. Com o fim da academia, o governo vai ampliar o Parque dos Patins. Se for para nos maravilhar ainda mais com essa cidade, sinto pena, porém orgulho de contribuir com a nossa beleza e deixar um doce adeus à Estação do Corpo, que é muito mais do que só "do corpo", é também dos amigos, da melhor equipe de profissionais do Rio, do serviço impecável e do aconchego e excelência num único lugar. Na verdade, um lugar único.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

2012, um ano para o fim do mundo



Parece que os maias foram os culpados pela criação dessa lenda, mas isso não me importa.  O que interessa é que se temos apenas mais um ano de vida, mudam radicalmente todas as minhas perspectivas de quem sabe um dia conquistar o sucesso profissional e mais o tão sonhado casamento feliz. 

De cara, milhões de questões começam a pipocar na minha cabeçinha. Preciso realmente dirigir um carrinho mequetrefe se em 1 ano não existiria mais droga de Serasa nenhum para me cobrar a compra de um Volvo? Preciso trabalhar todos os dias se já já vou ficar tranquilona só tocando arpa no céu? Preciso sacrificar meus desejos com dietas mirabolantes se em breve todos os bichinhos vão devorar meu corpinho gordo ou magro? Preciso torcer para o Fluminense? (meu irmão vai me matar!). Preciso pagar cartão de crédito? Economizar dinheiro? Passar protetor solar? Estudar? Comer legumes? Fazer imposto de renda? Falar com quem não gosto? Falar do que não gosto? Ouvir o que não quero? Regular bebida, cigarro, fazer exame ginecológico?

Nada disso. O fim do mundo acabará também com todas essas regrinhas chatas a que nos subordinamos todos os dias para tentar viver mais. Nada mau né? O fim do mundo eh o melhor dos mundos!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Pegadinhas do iPhone

Definitivamente não sei o que acontece com o iPhone. Ele tem uma língua própria, o que algumas vezes já me fez passar por situações muito constrangedoras.

Existe uma ferramenta que você pode habilitar no iPhone para que ele complete as palavras que você quer digitar. Isso é muito útil para pessoas preguiçosas como eu. Aaaahh é tão bom quando ele reconhece que estou querendo escrever uma palavrona tipo "anticoncepcional" e ao teclar as duas primeiras sílabas ele mesmo já completa todo o resto, uma maravilha! Tudo bem que esse meu exemplo de palavra foi meio estranho, mas deu pra entender do que estou falando né?

Só que o problema disso é que não podemos confiar 100% nisso porque algumas vezes ele simplesmente completa sua palavra com outra totalmente diferente e na correria do nosso dia-a-dia teclamos no "enviar" e só depois nos damos conta que o safado completou com uma palavra totalmente nada a ver e geralmente, muito constrangedora.

Outro dia escrevi para as minhas amigas que elas estavam muito animadas. Tínhamos combinado de ir a uma festa e elas já estavam na pilha desde cedo. Pois é, mas em vez de "vocês estão animadas", ele completou com "vocês estão assadas". Que isso gente??? Da onde ele tirou "assadas"?? Tentei explicar que meu iPhone é louco, mas é obvio que pegou muito mal.

Mas pior que isso foi outro dia que fui falar com o meu namorado no messesnger e tentei escrever "oi amor". O iPhone simplesmente escreveu "oi gigolô". Numa boa, isso não se faz! E a pergunta que não quer calar: como ele conhece essa palavra gigolô?? Pelo que eu sei, nunca chamei ninguém de gigolô pelo iPhone, então como ele pode ter essa palavra gravada? E por acaso "amor" se parece com "gigolô"? Tudo bem que não custa nada eu ler direito a frase antes de enviar, mas numa conversa no messenger ninguém fica revisando o que acabou de escrever. Você digita, envia e pronto.

Tem ainda muitas outras variações de pegadinhas do iPhone, então se você tem um ser desse, muita atenção com as bizarrices que ele quer escrever! É como se ele tivesse vida própria e uma língua bem afiada. Bem que sempre falaram que o Steve Jobs não era um cara muito legal. Cuidado!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Missão Natal

Não esqueci dos meus dilemas! Andei meio assoberbada nos últimos tempos, o que foi ótimo por um lado porque agora não faltam confusões para compartilhar com vocês. Então preparem o estômago agaaaaiinnn  porque lá vem história!!!

Compras de natal. O que comprar, não comprar, gostar, detestar, trocar, gastar, torrar e se endividar! Aaaahhhhh que voltade de gritar! É muita coisa pra uma cabeça só. Não tem como não enlouquecer. Quem manda bem é o Felipe, meu amigo do trabalho que simplesmente saca o money suficiente para comprar todos os presentes da família e entrega direto nas mãos da mãe para que ela se vire no shopping.

Aliás, como ainda não inventaram um personal shopper de presentes malas? Sim, porque não tem como ser legal comprar presente para avô, avó, sogros e companhia limitada. É um saco sim, vamos pôr os pratos limpos na mesa!

Aos 45 do segundo tempo, lá fui eu toda paciente comprar presente para minha avó. Do que será que uma senhora de 70 anos, não tão senhora assim, gosta? Sandália? Não, ela tem vergonha dos pés enrugados. Sapato? Com salto ou sem salto? Não, muito confuso. Deixa eu pensar... Um brinco! Se bem que ela só usa ouro porque a pele tem alergia a bijoux, aí não rola. Já sei!!! Sabonete!!! Sabe aqueles diferentes, com essências da Amazônia e blá blá blá? Legal né? Não... Ninguém pode gostar de ganhar um sabonete. No mínimo pode parecer uma indireta e não é o caso porque minha vovó é bem cheirosinha.

Chocolate? Só se eu que quiser morrer né.. Ela sacrifica todo dia seus ossos de 70 anos com um pilates sem vergonha, nunca vai querer engordar ainda mais com uma caixa de chocolate. Aaaahhh, já sei!!! Na última vez em que nos falamos ela disse que estava precisando de sutiã. Pronto, fechado!

Características de um sutiã para vovó: sem aro, sem bojo, sem enchimento, alças grossas e muuuuiiito confortável. Ok, com todos os direcionamentos na mão lá fui eu à procura de lingerie para vovó. Olhei, olhei, olhei e de repente avistei o sutiã perfeito e ainda por cima era daquela cor de burro quando foge, bem vovó mesmo, sabe? Comprei toda feliz com a sensação de dever cumprido. Mais um presente para riscar da minha mega lista!

Cheguei no trabalho e resolvi mostrar o sucesso dos meus achados para minha super e sempre consultora fiel, Roberttinha.Toda orgulhosa de ter achado o sutiã mais que perfeito para minha avózinha, mostrei a peça para a doutora Robertta. De princípio, estranhei sua reação porque foi um olhar tão questionador que por uns segundos pensei: será que ela não entendeu que essa porra feia não é para mim??

Ela pegou o sutiã, analisou mais um pouco e de repente soltou uma parte do tecido que fica bem no seio. Achei meio malicioso demais para uma avó usar. Foi então que a Roberttinha disparou uma gargalhada que toda gerência conseguiu ouvir. Um ataque de risos daquele contagiante, sabe? Eu ri meio sem graça, sem entender o que estava acontecendo, até que ela falou: Fernandinha, você comprou um sutiã de amamentação!!!!

Depois dessa, realmente desejei contratar um personal shopper para mim. Eu definitivamente preciso.

Olha aí o sutiã para a vovó. Francamente...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ninguém gosta de panetone!

Sugestão da minha querida Roberttinha: hoje vou falar de panetone. Chega nessa época do ano e só se fala disso. É panetone da Kopenhagen, é panetone das concorrentes, do Zona Sul e até da BR Mania! Sim, eu trabalho na BR e por isso, sei que até loja de conveniência agora está lançando seu próprio panetone. Mas vamos trabalhar com a verdade?! Se panetone fosse bom teria o ano todo!

Por que as pessoas só comem panetone no natal??? Ta certo que o peru e a rabanada também são um pouco descriminados e acabam ficando no limbo o resto do ano todo. Mas nada se compara ao fatídico panetone! O que acontece com ele afinal?

É um mistério, mas eu já descobri o que faz ao menos as pessoas pensarem na possibilidade de comprar panetone no natal. É uma das melhores enganações já feitas pelo homem. Olhe bem essa foto abaixo...

Veja se não parece um bolo. Na verdade, "O" bolo. Com gotas de chocolate, fofinho e cremoso. Hummm, aquela coisa quase caseira, feita pela vovó, mas que você pode comprar já pronto no supermercado, oooouuuu até na loja de conveniência! Pois é, pura ilusão de ótica! E eu confesso, já cai nessa antes.

Foi uma mordida inesquecível. Sabe quando você vai cheia de sede beber aquela Coca-Cola beemmm gelada? Mas quando você dá aquele gole caprichado, percebe que é mate. Quer frustração maior que essa?? Então, o panetone é o campeão das frustrações.

Uma massaroca seca com gosto de isopor e que entala na garganta. Haja copo de água pra conseguir engolir aquele pavor! Me desculpem as pessoas que insistem em dizer que gostam de panetone, mas eu não acredito em vocês! Essa minoria no planeta diz isso só para ser do contra. Sério! Tem gente que tem prazer em mostrar que gosta de coisas digamos assim, exóticas. Sim porque panetone é no mínimo algo bem exótico, para não dizer que é um horror.

Então, verdade seja dita: panetone só no Natal mesmo, porque ninguém aguenta fingir o ano inteiro que gosta desse incrível "bolo" natalino.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Fernanda, a feia

Quando eu era criança, não posso dizer que era exatamente uma menina bonita, aliás era bem esquisitinha. Uma mini baranga, digamos assim. Não que hoje eu seja lá essas coisas, mas o bullying da feiura me traz traumas até hoje.

Os meninos do meu colégio tinham um pacto suuuuper bacana de só irem nas festas de aniversário das meninas que fossem bonitas. Sendo assim, passei anos da minha vida sendo refém de festas falidas, vazias e só com meninas. Os únicos meninos eram meu irmão e o Guiga, o melhor amigo dele.

Ainda por cima, eu era obrigada a fazer a festa sempre TRÊS meses depois do meu aniversário, porque em janeiro todo mundo viajava de férias. Era uma péssima tentativa da minha mãe de achar que fazendo em março finalmente minhas festinhas vingariam. Mas ano após ano era sempre um fracasso.

Podia ser na Vogue, na Mikonos, no Piraquê, no play cheio de atrativos, piscina e quadra de futebol... Não importava! Sempre apareciam não mais do que meia dúzia de gatos pingados, e como eu disse, sempre meninas. Para falar a verdade, tinha um único menino da turma que sempre aparecia e nunca entendi por que. Ele era o gatinho da sala, super popular, o melhor no futebol e também o queridinho das professoras. Por um tempo, tive a doce ilusão de achar que o pobre coitado gostava de mim. Até que um dia eu descobri que a mãe dele era amiga pessoal da minha mãe e por isso, o obrigava a furar o pacto dos meninos e ir nas minhas festas fracassadas, coitadinho...

Mas tudo bem. Isso é passado, não tenho mágoas, deixei pra trás. O fato é que desde então fiquei com um pavor avassalador de aniversário e datas comemorativas em geral, tipo natal, reveillon e carnaval. É um medo incontrolável de ter mais uma festa micada para entrar na enorme coleção da minha infância. E resolvi falar disso hoje porque falta um pouco mais de um mês para o meu aniversário e o pânico já está começando a tomar conta de mim.

É um dilema. Se eu não comemoro, tenho medo de ficar triste por deixar passar em branco e de as pessoas não me ligarem para dar os parabéns. Nessa cabeçinha doida não existe a possibilidade de uma amiga esquecer de me ligar. Isso é inaceitável! Mas por outro lado, se eu comemoro, fico com medo das pessoas não aparecerem, ou ainda pior: dizerem que vão passar só para "me dar um beijo!" Vai se ferrar!!! Passar pra dar um beijo?? É melhor não ir e nem ligar mais! Tchau!

Portanto, diante do breve e mala natal que se aproxima, de um reveillon no Rio de Janeiro, sem direito nenhum de fuga e ainda por cima na contagem regressiva para mais um temeroso aniversário, tenho tudo para entrar num surto psicótico, mas como todo ano sobrevivo a esses meses pavorosos, acredito que mais uma vez sairei ilesa. E seja o que Deus quiser!


Olha que pavor! Eu totalmente tupiniquim e meu irmão, o oposto de mim, super fofys!





quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Quem paga a conta?

É uma questão complicada nos dias de hoje. Sempre um dilema. Uns acham que devem ser os homens e outros como eu acham que dividir é a solução mais sensata. De qualquer forma, não deixa de ser uma saia-justa.

Meu namorado tem mania de querer pagar tudo, o que de certa forma me incomoda. Mas parece incomodar muito mais a ele o fato de dividirmos a conta. É quase uma ofensa. Afinal, ele é homem, um gentleman, viril e educado. Nunca vai admitir que sua mulher pague alguma coisa. Por um lado é bom, porque desde que comecei a namorar tenho economizado bastante. Mas brincadeirinhas a parte, o Bruno está parecendo meu pai ou até avô, que viveram numa época em que as mulheres eram frágeis e dependentes. Não pensavam, portanto não trabalhavam, portanto não pagavam. Como o mundo mudou...

Mas a minha repulsa pelo mundo machista já me atrapalhou muito, porque por mais autonomia que eu tenha, ainda restam algumas poucas situações em que o homem paga sim, ponto e acabou! Não tem discussão. É um fato!

Um bom exemplo é o primeiro date. Um jantar, um chopp, seja o que for, ele é o dono da conta. Mas na minha recente ex-solteirisse, um rapaz me levou para jantar. Foi uma ótima escolha: o lugar era romântico, fofo e muito gostoso. Ponto pra ele!  Rolava uma música ambiente que seguia a linha do jazz e blues. Maravilha! A mesa escolhida pelo dito cujo era um cantinho todo especial e bem reservado. Mais um ponto! Tinha cerveja de todos os lugares do mundo e ainda rolava uma degustação. Pontos em dobro! O papo era inteligente e cativante. Mais pontos! Como você vê, tinha tudo para dar certo. Mas...

Depois de muita conversa e cerveja, hora de pedir a conta. Momentos de tensão! Nunca fui muito boa em lidar com isso numa situação de date. Então, ao chegar a conta, fiquei instantaneamente sóbria, peguei minha carteira e ameacei apenas com um gesto bem sutil pegar meu cartão de crédito. Ele me olhou e perguntou: o que você está fazendo? Muito sem graça e nesse momento mais sóbria ainda, respondi na defensiva, cheia de pompa e firmeza: vou pagar a minha parte ué! Sou uma mulher independente, tenho meu trabalho e pago o que eu quiser! Eu sei.. Exagerei um pouquinho, talvez tenha sido muito enfática e incisiva. Mas o fato é que o rapaz nem parou pra pensar. No mesmo segundo pareceu respirar aliviado e concordou plenamente, já tirando o cartão de crédito da minha mão e entregando ao garçom.

Será que ele não sabe que dividir a conta do primeiro encontro é inadmissível?? Será que ele não tem a sagacidade de saber que as mulheres tem mania de dizer coisas, mas na verdade querem dizer outra? Ou será que ele ficou com medo de mim? Ou então, ele é pão duro mesmo? Não sei! Só sei que fiquei tão ofendida que nem me despedi direito do mão de vaca e nunca mais atendi suas ligações. Todos os pontos que ele ganhou na noite foram embora junto com a conta.

Com certeza ele achou que sou louca. Mas antes ser louca do que pão dura!




terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Só mais 5 minutos



Esse negócio de botar soneca no despertador é um eterno dilema. Eu sei, também acho muito bom poder prolongar aquele sono gostoso por mais 5 minutinhos e depois mais 5 de novo e assim por diante. Mas pensando bem, vivemos na era dos mendigos de sono. Nos mendigamos dia após dia por esmolas do alarme. Mesmo assim, até aí não me importo! Adoro mendigar sono! O problema é o incrível poder desse soninho de 5 minutos.

Não tenho problema de insônia. Pelo contrário, sou muito bem resolvida quanto a isso, até demais. Durmo em qualquer hora e lugar. Bobeou, dormi. Mas repare que ao deitar, o sono é leve e facilmente deixado de lado no lugar de horas de filme, Jô Soares e até Simpsons. Mas de manhã cedo tudo muda!

O sono que até a noite passada podia ser trocado por um episódio barato da Grande Família, agora vale cada minuto de sua vida. De manhã cedo, principalmente às segundas-feiras chuvosas, o sono tem um peso descomunal. Você não o troca por nada no mundo e ainda mendiga os segundos. Por isso, o soneca pode ser considerado uma invenção preciosa por um lado, mas por outro é uma tortura sentida na própria pele. Na verdade, é uma auto-tortura.

O sono das onze da noite nunca é tão gostoso quanto das sete da manhã. Nem tão irresistível, tão envolvente, tão... Tão... Tão... Tudo de bom! E quando ele chega, te pega e arrebata. Vem que vem e mostra a que veio.

Acho que isso só acontece quando realmente conseguimos nos desligar totalmente da realidade e entregar nosso inconsciente à Deus dará. O problema é que depois para trazê-lo de volta parece impossível e é aí que entra o soneca.

Minha única conclusão desse dilema é que o soneca é como se fosse aquele cara sacana que tem o desparato de se deliciar com um chocolate na sua frente, mas ao menos te oferece um pedaço. Quando você já estiver salivando aquele sabor indescritível, pronto para abocanhar o menor pedaçinho que seja (por educação, óbvio), o babaca tira o chocolate do seu alcance e depois fica achando a maior graça de ficar fingindo a cada 5 minutos que vai te deixar dar uma mordidinha.

Não é legal! Mas só mais 5 minutinhos não faz mal a ninguém né...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vergonha alheia

Minha estreia em situações constrangedoras deste mês começou no último sábado quando fui a um evento super bacana de arte e música chamado Tocayo. A noite tinha tudo para ser tranquila e alegre, já que vários amigos estariam presentes. E tudo corria muito bem, até que cerveja vai, cerveja vem e o clima de doideira começou a se instalar.

Numa roda de amigos eu conversava tranquilamente, quando um rapaz até então desconhecido para mim, interrompe bruscamente o papo e vem com tudo em minha direção, como se não me visse há séculos e tivesse muita intimidade "comigo" porque por mais surreal que pareça, ele estava pronto para me tascar um beijo. Meu namorado estava na roda e é amigo do dito cujo. A Mary, minha melhor amiga, era mais uma que estava nesse incrível momento e também o conhecia.

Tudo pareceu ocorrer literalmente em câmera lenta. Com os braços abertos, preparados para AQUELE abraço de urso, ele me olhou me confundindo lindamente com alguém por quem sem dúvida, tem muuuuuuiiiito carinho e disse: vocêêêêêêê!!! Assustada mas ainda consciente de que era apenas uma pequena confusão, tentei avisá-lo que não, não nos conhecíamos, não era eu quem ele estava pensando, não queria abraçá-lo. Ainda estava em tempo de evitar uma situação realmente constrangedora.

Eu sou uma dessas pessoas que sente vergonha alheia, então eu sabia que quanto mais estardalhaço ele fizesse, maior seria o mal estar depois e portanto, mais inevitável seria a minha vergonha alheia. Mas não teve jeito... Ele veio, me abraçou, e falou ao pé do meu ouvido: para com isso... Claro que você me conhece! Você não é amiga da Emily?

A essa altura, já quase convencida de que nos conhecíamos sim e que fui traída pela minha incompetente memória, cheguei a abraçá-lo também, enquanto meu namorado acompanhava cada gesto e tentava fazê-lo parar. Mas até ele desistiu e fechou os olhos para não ver seu amigo agarrar sua própria namorada totalmente por engano. A Mary também tentou intervir, mas diante da certeza absoluta do rapaz, paralisou.

Só que tudo mudou quando ele falou da Emily! E isso foi perfeito, porque não conheço e nem nunca ouvi falar de ninguém com esse nome e portanto, foi a única forma dele entender que "eu" não era "eu". Ao se dar conta de que realmente se confundiu, só lhe restou mil pedidos de desculpas e bochechas totalmente rosadas. Todos finalmente caíram na gargalhada e eu respirei aliviada. Foi aí que o namorado aproveitou a deixa para fechar com chave de ouro a situação constrangedora, avisando-o que além de eu não ser a amiga da Emily, ainda por cima era a sua namorada.

No fim das contas, ele já estava me implorando perdão e eu totalmente inebriada pela vergonha alheia, me vi retribuindo suas desculpas com MEUS pedidos de desculpas. Isso mesmo! Eu mesma acabei me desculpando só porque o vi constrangido. Quer dizer, como se já não bastasse a minha timidez, ainda sinto vergonha pelos outros! Eu sei, é um absurdo, mas esse é o poder da vergonha alheia.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Samba, suor e carnaval

Arlindo Cruz, Alcione, Beth Carvalho, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e muitos outros. Hoje é o dia deles, Dia Nacional do Samba. Acho muito legal, mas sinceramente isso não me empolga muito não. Só de pensar que o carnaval já está por perto, entro em pânico. Vou explicar o porquê e garanto: meus argumentos são bem convincentes ou no mínimo, aceitáveis.

O problema central é que o samba está diretamente ligado a suor e a partir disso toda a problemática vai se desmembrando. O suor pressupõe pessoas grudadas numa esfregação coletiva. Os foliões remetem a cheiro de xixi com cerveja. Por sua vez, a cerveja leva à incrível sensação de pés molhados de bebida derramada e portanto, imundos. E tudo isso junto está diretamente ligado ao meu pânico de carnaval.

Admiro a história do samba, os compositores, a felicidade do povo e os desfiles da Sapucaí, mas para gostar realmente de toda essa confusão tem que estar com o pote muito cheio. Até porque para "deixar a vida me levar", só estando mais pra lá do que pra cá.

Quer curtir o carnaval? Prepare os pés para serem pisoteados, finja que é legal se molhar com arminha de água e improvise um embromation para tirar uma onda de que sabe cantar as músicas. Como são todas meio iguais, é fácil embromar. Nada que um ôôô não resolva.

Não estou falando tudo isso "só pra contrariar". É a mais pura verdade. Então nem vem que não tem! Não acredito que exista alguém que goste disso, mas poucos admitem, afinal esse é o país do samba, faz parte da nossa pátria! Mas pode ter certeza: se não fosse o álcool, não existiria carnaval. E salve salve a Ambev!
Imagina que delícia deve estar ali no meio da muvuca! Detalhe para a barraca da Antártica no fundo. O que seria do samba sem a cerveja?