quinta-feira, 3 de maio de 2012

Bolafobia


Quem me conhece minimamente bem, sabe: tenho sérios problemas com bola. Não importa o tamanho, o peso ou a força com que ela vem na minha direção. Só o que me interessa é que ela simplesmente VEM em minha direção, inevitavelmente me pegando de surpresa e milimetricamente direcionada na altura da minha cabeça.

Por que o ser humano foi inventar esse objeto maligno? Uma circunferência covarde e traiçoeira! Há quem diga que o problema não é a bola e sim quem está entre ela e o outro suposto jogador, ou seja, EU! Como um imã incrivelmente potente, minha cabeça é capaz de atrair a bola que for independente de onde ela for jogada. Juro que no meu triste caso isso é uma regra.

Às vezes penso que uma forma totalmente nova e fácil de eu conseguir finalmente ganhar dinheiro na vida seria me vender para ficar plantada dentro do gol do adversário nos jogos do Fluminense, meu time de coração. Eu poderia até me passar por goleiro porque temo que o juíz não deixaria uma maluca ficar postada dentro do gol sem mais nem menos. Então, pensa comigo: uma goleira como eu, invariavelmente atrairia toda e qualquer bola para o gol porque o imã aqui garanto que é dos bons. A bola bate na minha cara, obviamente caio espatifada no chão, a danada entra e pronto, é gol. Eu seria objeto de desejo, um passe altamente valorizado no mercado futebolístico, um amuleto raríssimo vítima de lobby para todos os empresários tentarem empurrar um novo goleiro para o time rival. Pode parecer meio ingrato, porque na verdade, ninguém ia me querer, pelo contrário, iam querer que os outros me quisessem, desde que esses outros fossem adversários. Uma bela jogada para fazer um Flamengo da vida tomar o maior recorde de gols da história.

Mas chega de devaneios. Na verdade, estou dizendo isso tudo porque pela primeira vez em anos me aventurei a jogar alguma coisa que envolva bola. O risco era grande, mas era o único jogo que me veio à cabeça no qual a bola só vai e portanto, não volta nunca em minha direção. É o boliche. Tenho muito a relatar sobre esse dia, mas isso rende um outro post. Talvez seja o próximo.

O fato é que a ingênua Fernandinha de sempre esqueceu que não é porque no boliche a bola sempre só vai, que então estava tudo super tranquilo. Eu só esqueci que existe apenas um único imã mais poderoso do que o meu cabeção: a maldita canaleta. Com certeza os inventores da bola foram os mesmos que criaram a canaleta. Pra quê isso, gente? Tem ódio maior do que ver a bola que você tanto se concentrou para jogar na mira dos pinos simplesmente ser sugada para esse grande canteiro do mal? Em absolutamente todas as jogadas ainda por cima! Que covardia...

Então, para vocês que achavam que me conheciam como Fernandinha, a "bolafóbica", muito prazer: meu novo nome é Fernanda Canaleta Novaes.