Para tudo! Como assim não contei o melhor da história no post do pó do amor? Talvez porque minhas histórias sejam tão doidas, cheias de nuances e complicações incrivelmente complicadas que nunca consigo contar o enredo por inteiro.
O fato é que a história do pó do amor é tão mirabolante que não podia acabar com apenas a indiferença fatídica do Claudinho por mim. A confusão foi muito, mas muito mais além!
Após dois dias sumida do colégio, me enchi de óleo de peroba e na maior cara de pau do tipo "não lembro, não fiz, não é comigo", enfrentei os olhares mais venenosos e preparados para me sacanear. Respirei fundo e entrei na sala de aula.
Cabisbaixa e com a franja jogada na cara, esperei a aula acabar olhando fixamente cada demorado andar dos segundos no relógio, quando de repente ouve-se uma voz na porta.
- Fernanda Conde, por favor me acompanhe até a sala do diretor. Ele está à sua espera.
Um silêncio sepulcral tomou conta da sala. Ao me levantar trêmula como uma doente de parkinson, a secretária sombria do diretor solta mais uma frase impactante.
- Pegue sua mochila, Fernanda Conde.
- Mochila? Pra quê?
- Você vai ver.
Antes de sair ainda pude ouvir risos diabólicos dos meus "amiguinhos" no fundo da sala e o som soletrado daquele super bem vindo "se fudeu". Minha tremedeira triplicou.
O que o tirano fascista, nazista e terrorista do diretor queria comigo? Me aprisionar num cativeiro oculto no fundo obscuro de sua casa? Tudo era provável! Mil interrogações entraram em turbulência na minha cabeça. Será que o Claudinho me entregou e estava lá na sala dele me esperando também para o interrogatório? Será que a mochila era para me expulsar mais rápido do colégio? Será, será, será?
- Fernanda Conde. Sente-se.
- O que houve diretor?
- Sou eu que te faço essa pergunta, Fernanda Conde. Soube que a senhora anda vendendo um pó branco para outros alunos da sua turma. É verdade?
- Ah... Bem... Mais ou menos... Era um...
- Não tente me enrolar, Fernanda Conde! É deplorável saber que uma das alunas do meu colégio, de apenas 13 anos é além de usuária, uma traficante de cocaína! E ainda por cima anda persuadindo outras crianças a se viciarem também!
- Não tente me enrolar, Fernanda Conde! É deplorável saber que uma das alunas do meu colégio, de apenas 13 anos é além de usuária, uma traficante de cocaína! E ainda por cima anda persuadindo outras crianças a se viciarem também!
- Que isso, diretor! Não é nada disso!
- Fernanda Conde, abra sua mochila agora! Quero ver quanta cocaína está carregando aí!
- Mas diretor, eu não vendo droga!
- Abra agora, Fernanda Conde!!!
- Não vou abrir não! O senhor não tem o direito de vasculhar minha mochila! Isso é invasão de privacidade!
- Invasão de privacidade? Então a senhora vende drogas aqui nesse colégio e vem me falar de moralismos? O que você está pensando, Fernanda Conde?
- Senhor diretor, eu não sou traficante e me recuso a abrir minha mochila!
- É mesmo, Fernanda Conde? Então quer dizer que terei que chamar seus pais para termos uma conversa?
- Pode chamar!
Valente eu né? Pois é, ele acabou realmente chamando meus pais no colégio e não deu outra: saíram de lá completamente perplexos. Afinal, não deve ser nada fácil descobrir que sua filha pré-adolescente é uma exímia traficante de cocaína.
O castigo era inevitável. Minha adolescência estava marcada pelo submundo das drogas e a retardada aqui, nem sabia o que era cocaína. Felizmente tive pais muito sensatos e incrivelmente inteligentes para de cara já sacarem que aquilo era uma doideira. Conclusão: graças à sanidade dos meus pais escapei do castigo, mudei de colégio, mas perdi de vez o Claudinho. Pirralha e ainda por cima traficante não dá né?
- Pode chamar!
Valente eu né? Pois é, ele acabou realmente chamando meus pais no colégio e não deu outra: saíram de lá completamente perplexos. Afinal, não deve ser nada fácil descobrir que sua filha pré-adolescente é uma exímia traficante de cocaína.
O castigo era inevitável. Minha adolescência estava marcada pelo submundo das drogas e a retardada aqui, nem sabia o que era cocaína. Felizmente tive pais muito sensatos e incrivelmente inteligentes para de cara já sacarem que aquilo era uma doideira. Conclusão: graças à sanidade dos meus pais escapei do castigo, mudei de colégio, mas perdi de vez o Claudinho. Pirralha e ainda por cima traficante não dá né?
Adeus Claudinho... |