Uma vez escrevi um post sobre a difícil escolha entre ser magra ou ser feliz. Não estou aqui para ficar me lamuriando pelos quilinhos extras e muito menos com papo de anoréxica obsecada, mas estou com vontade de compartilhar um dos meus últimos dilemas que vem me impregnando diariamente.
Há algum tempinho resolvi me render ao incrível mundo infernal das dietas radicais. Isso significa nada de açúcar, farinha e muito menos aquela minha sagrada e santa cervejinha. Mas como a minha médica iludida pelos meus planos "Gostosete 2012" não lembrou que quando se fala em dieta também deve-se levar em conta a terrível interferência do fator humano, ela seguirá sem saber que de vez em quando dou umas escapadinhas por aí. Eu já sei que você vai falar que isso é uma autoenganação e blá blá blá, mas tem mentirinha (mesmo que pra si mesmo) mais gostosa do que essa? Numa boa, visto o nível de dificuldade, resistir a um chopp gelado com pastelzinho de camarão é totalmente justificável né? Garanto que o meu cérebro entende muito bem essa justificativa.
Pois bem... Como já previa a lei do meu amigo íntimo Murph, no auge do meu suor e sangue pelo corpo minimamente digno me deparei com um Kinder Bueno! Para quem não conhece essa maravilha divina é um chocolate suculento e cremoso melhor do que Lindt, só para você ver a potência de gostosura da coisa. Ah e não tem nada a ver com aquela bosta de Kinder Ovo, viu? Que aliás só pode ser um doce fajuto qualquer "geneticamente" modificado para se passar por chocolate.
O fato é que o safado do Kinder Bueno me olhou fixo nos olhos, me desejou loucamente e me implorou para ser possuído. O que eu faço, meu Deus?! Lembrei logo da última frase de Pai Nosso como se levasse uma chicotada nas costas: "não nos deixe cair em tentação, mas livrai-nos do mal, amém". Mas aí é que está a questão: adianta rezar nessas horas? "Meu Deus, confesso que cairei sim em tentação, mas garanto que não é do mal, pelo contrário, é uma maravilha". Compra finalizada com sucesso. O Kinder já estava em minhas mãos.
Dias se passaram, mas acredite se quiser, o Kinder Bueno Bonzão Delícia Gostosão está vivo e forte resistindo em embalagem lacrada dentro da minha gaveta até hoje. Não abri, não roubei uma lasquinha se quer, não caí em tentação. Mas todo dia nos olhamos numa troca incrivelmente sedutora e penso: Te como ou não te como? E ele diz: "manda ver, Fernandinha! Me come! Você não me acha gostoso?".
A luta pelo corpo digno está firme, mas o Kinder continua me aguardando do outro lado da cerca. Pulo ou não pulo?
Pronto para pular a cerca: o gato (Fernandinha) e o cavalinho (Kinder). Uma história de paixão, mentiras e sedução |