Despedida... Essa palavra não estava no meu dicionário. Na verdade até já esteve em alguns poucos e doloridos episódios da minha vida, mas fiz questão de passar a borracha, pulando direto para a letra E de esperança, expectativa e emoção, que é exatamente do que se trata esse mais novo dilema.
O papo dessa vez é sério porque amanhã dou início a um novo ciclo na minha vida profissional. O Globo Online terá uma nova repórter na área. Cheia de dilemas, mas com todo o gás, enfrento amanhã o novo desafio com a certeza de que tive uma experiência realmente emocionante no lugar onde agora me rendi ao que eu mais abomino: me despedir.
Mas afinal por que será que as despedidas carregam esse peso tão negativo? Já reparou que muitas vezes é a partir da simples oportunidade de dizer tchau que finalmente conseguimos expressar nossos sentimentos? Sim, é verdade! Muitas relações que antes ficavam blindadas pelas amenidades do cotidiano acabam se revelando muito mais profundas e verdadeiras exatamente neste temido momento de dizer tchau.
Sei que ninguém está morrendo e que não estou indo morar no Japão, mas só o fato de não poder mais terminar meus dias com o rotineiro "até amanha" para essas pessoas que me aturaram durante nada menos que cinco anos, faz com que esse tchau incorpore todo o peso melodramático de um adeus.
Foi assim mesmo, bem capítulo de novela mexicana, que disse hoje adeus aos meus colegas de trabalho. Lágrimas, soluços, declarações, todos os elementos melodramáticos estavam presentes neste roteiro. Mas apesar de nao ter caído ainda a ficha, nada disso era ficção. Aliás, foi tudo tão verdade que pela primeira vez pude enxergar o lado positivo das despedidas: o quanto você pode ser querida e às vezes nem imagina.
As despedidas abrem caminho para que os afetos se revelem. Isso nao é drama. É apenas o happy end das esquetes da vida.
Um tchau muito feliz a todos!