Uma garfada e um flash. Já faz tempo que rende no Instagram os cliques das comilanças nossas de cada dia. Foto no espelho do elevador também bombou na timeline e por pouco me fez desistir de vez da rede social. Hashtags sóquenão, aboutlastnight e zilhões de outros blábláblás similares também me reviraram os olhos de tanto tédio, um sentimento rotineiro na minha vida em tempos de busca ilimitada pela autopromoção.
A multiplicação de narcisos na tela de nossos celulares é tão over que nasceu o termo "selfie" para dar nomes aos bois. Mas a boiada é tão numerosa que já inventaram o "usie" para nomear fotos de narcisos em grupo.
Os porteiros de plantão, aqueles que não se cansam de dar bom dia e boa noite ao Facebook lideram o topo da minha lista negra. Já os Galvões Buenos que narram cada minuto do jogo do Flamengo são definitivamente a nova praga do século 21. E as frases de efeito, lições de moral ou indiretas para o ex? Essas são atemporais. Infinitas enquanto durem. Um clássico da dor de cotovelo, mas e eu com isso?
A autopromoção realmente parece ter se tornado o câncer das redes sociais, talvez porque elas tenham aberto uma enorme janela ou melhor, um palco mundo para os carentes e inseguros por natureza. Aqueles que necessitam deliberadamente de público full time cansam a beleza de si mesmos. É tão exaustivo que não há rostinho bonito que fique bem na foto depois de metralhar a timeline dos outros com sua auto-imagem. Nesse caso, a bula do Simancol é categórica: selfie pode causar entre infinitos outros males, até mesmo overdose. Na língua deles, ficaadica!