Da noite para o dia uma viagem a Paris. Pisquei bem os olhos enrugando cada milímetro de pálpebra. Precisava ter certeza de que tudo não passava de um sonho. É o tipo de pegadinha que meu inconsciente adora aprontar. Quis checar todas as variáveis. Lá fora, uma festa de arromba aguçava meus ouvidos, mas soava algo insano como axé ou pagode. Definitivamente uma trilha sonora que não estaria em um sonho. Minha mente não seria tão canalha assim. A realidade estava escancarada na minha fuça e no entanto, eu custava a acreditar. Falando em fuça, até o cachorro se deu conta que ninguém ali estava dormindo. Avistou meus olhos arregalados e... Opa, ela acordou! Com um salto magnífico à la Matrix, me invadiu com lambidas suculentas. É, não era mesmo um sonho. Eu realmente ia a Paris.
Que roupa levar? A quem contar? Posso gritar? São tantas emoções mesmo, Roberto Carlos. Tarefa árdua essa de manter a compostura e me fingir de lúcida. No way! Eu precisava berrar ao mundo que estava a algumas horas da cidade luz. Esqueci das contas a pagar, dos compromissos já marcados, do espelho quebrado, da toalha molhada em cima da cama. Deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem?! Não tem nada mesmo, então meu Rio de Janeiro só posso lhe dizer duas lindas palavrinhas: au revoir!
E não me venha com meditação, respiração, enrolação. Ansiedade se afaga com uma boa garrafa de vinho na Champs-Élysées, monsieur. Mas e o frio? Quanta bobagem! A brisa parisiense nada atrapalha, na verdade aconchega e é tão gostosa que fica fácil sentir a Torre Eiffel e os lindos parques de braços abertos para nós, meros admiradores.
Tão romântico quanto Shakespeare. Cada pedacinho de Paris fez brilhar meus olhos. Acelerou a pulsação, estremeceu o corpo, fez suar frio as mãos. E foi assim, como uma adolescente e os lábios mordidos de emoção, que cantei, me encantei, me apaixonei.
Nunca foi tão prazeroso me perder em uma cidade grande. Com o namorado a tiracolo, vasculhei cada esquina, me deleitei na gastronomia, fiz pose pra foto, me travesti de francesa rica. Tanta beleza ao redor que acabamos por nos tornar mais belos e apaixonados. Naquela atmosfera, o beijo é mais beijo. O amor é mais amor.
Voltei ao Rio tão gratificada que subestimei até mesmo Frank Sinatra. Atrevida como nunca, reescrevi seu famoso refrão: fly me to Paris, dear Frank. A lua está lá e é feita de mel.
Tão romântico quanto Shakespeare. Cada pedacinho de Paris fez brilhar meus olhos. Acelerou a pulsação, estremeceu o corpo, fez suar frio as mãos. E foi assim, como uma adolescente e os lábios mordidos de emoção, que cantei, me encantei, me apaixonei.
Nunca foi tão prazeroso me perder em uma cidade grande. Com o namorado a tiracolo, vasculhei cada esquina, me deleitei na gastronomia, fiz pose pra foto, me travesti de francesa rica. Tanta beleza ao redor que acabamos por nos tornar mais belos e apaixonados. Naquela atmosfera, o beijo é mais beijo. O amor é mais amor.
Voltei ao Rio tão gratificada que subestimei até mesmo Frank Sinatra. Atrevida como nunca, reescrevi seu famoso refrão: fly me to Paris, dear Frank. A lua está lá e é feita de mel.